Gênero: Terror | Suspense | Policial
Ano: 2021
Classificação Indicativa: 16 anos
Onde assistir: Netflix
Sinopse: Um convite um tanto misterioso chega para pessoas que estão precisando desesperadamente de dinheiro. O objetivo? Convocá-las para um jogo ainda mais misterioso! Os 456 participantes se vêem confinados em um lugar secreto para competir uns com os outros em busca do prêmio de 45,6 bilhões de wons. Cada disputa é um jogo infantil tradicional na Coreia e os perdedores pagam o preço do fracasso com a própria vida. Agora, resta saber: quem será o grande vencedor da competição? E quem está por trás desse jogo?
Round 6 é um kdrama sanguinário, exclusivo da Netflix e, ao que parece, tem tudo para uma segunda temporada – pasmem! – em 2022. Pasmem, porque todo bom dorameiro(a) sabe que isso acontece raríssimas vezes, embora não seja o primeiro a ganhar uma sequência. É que, quando acontece, é digno de fogos de artifício, balões coloridos de gás hélio e um letreiro luminoso. – Uma pena que, até o momento, nada se fala a respeito da continuação de Vagabond, mas sigamos porque isso não vem ao caso.
Fato é que, pela primeira vez, um kdrama alcançou o TOP 1 da Netflix nos Estados Unidos e ganhou 100% de aprovação da crítica no site Rotten Tomatoes. Não que isso, para mim, signifique alguma coisa, – porque para ter dado uma pontuação maior ao novo Esquadrão Suicida e uma nota menor ao Zack Snyder’s Justice League, mesmo este sendo inúmeras vezes melhor que o editado e cagado pelo Joss Whedon – mas já que para muitas pessoas isso tem enorme relevância, então cá está dada a informação.
Vamos ao que interessa! Pensei em inúmeras maneiras de começar a resenha, mas cheguei à conclusão de iniciar com a dinâmica da história, partir para os personagens, seguir com uma pincelada dos jogos e finalizar filosofando sobre o final. Então, sim, inevitavelmente, vou precisar contar alguns spoilers, mas é para o bem de quem não entendeu. – E calma, meu pequeno gafanhoto, eu aviso quando eles estiverem chegando!
O que esperar de ROUND 6?
Por conta de sua dívida, ele mora com a mãe, de quem frequentemente rouba o dinheiro de sua conta bancária para manter o seu vício. Resumidamente, sua vida está cada vez mais sucumbida ao fracasso e ele não tem nenhuma perspectiva de melhora.
Num belo dia, num banco de metrô, ele é desafiado por um homem misterioso (interpretado pelo Gong Yoo, de Goblin) em um jogo infantil coreano, chamado Ddakji. Um dos mais populares jogos na Coreia do Sul, o Ddakji é feito de dobradura e consiste em colocar a dobradura do oponente no chão e arremessar a própria sobre ela. Caso o Ddakji (peça feita com dobradura) do oponente for virado, quem arremessou vence. A proposta é tentadora demais para um cara tão viciado e competitivo, ainda mais levando em consideração que cada vez que ganhasse, levaria 100 mil wons.
Os competidores e as regras do jogo
“Quero dar as boas-vindas a todos vocês aqui presentes. Todos irão participar de seis jogos diferentes, ao longo de seis dias. Os que vencerem os seis jogos, irão receber um prêmio bem generoso em dinheiro. […] Todos que estão aqui estão vivendo no limite, com dívidas que são incapazes de pagar e sem ter a quem recorrer para pagar suas dívidas. “
“Isso aqui é só um jogo. […] Elas simplesmente foram eliminadas porque quebraram as regras do jogo. Se vocês seguirem as regras à risca, vão poder ir embora com segurança com o prêmio em dinheiro que prometemos”.
Gi-Hun, o primeiro jogador que nos foi apresentado é o último competidor convidado e será identificado com o número 456. – E, aqui, a arte representando a vida: Somos apenas números nessa imensidão que é viver! – Propositalmente, e essa foi uma das melhores sacadas e pouca gente se ligou, o prêmio final será apresentado como sendo 45,6 bilhões de wons. Longe de ser um spoiler, mas a nível de curiosidade, o número 456 pode ser visto como um sinal de “etapas”, inferindo que você está tomando as medidas apropriadas em sua vida para avançar de maneira positiva. Dentro da ideia de um jogo, faz sentido que o último jogador seja o de 456, não acha? – E isso, meus amigos, é o que eu AMO na arte da Coreia do Sul. Sempre uma pitada de cultura.
Sang Woo (Park Hae Soo) é o jogador 218. Amigo de infância do Gi-Hun, ele é conhecido como o “Gênio” do bairro, com uma inteligência acima da média, se formou investidor e é o orgulho de sua mãe, a quem mente dizendo que mora nos EUA. Acontece que ele fracassou em alguns investimentos e acabou desviando dinheiro da empresa, devendo milhões de wons e sendo procurado pela justiça. O número 218, por sua vez, ressoa com poder pessoal e autoridade, sabedoria interna, autoconfiança, liderança, carma e manifestação de riqueza e abundância. O que também, francamente, tem tudo a ver com ele.
Sae Byeok (Ho Yeon Jung) é a jogadora 067. Ela é uma norte-coreana fugida da ditadura comunista, um tanto antissocial e introspectiva, dada à sua história de luta. Ela tem tentado ganhar dinheiro para tirar o irmão do orfanato e trazer sua mãe que foi deportada para a China, mas acreditou em um advogado que só a fez perder dinheiro e não encontra outra saída que não jogar este jogo macabro. Para mim, uma das histórias mais comoventes. Eu, realmente, me apeguei a esta personagem! A essência do número 67 é o foco nas questões familiares e domésticas e fornece uma segurança duradoura para o futuro. – Sim, eu sei… é foda!
Han Mi-Nyeo (Kim Joo-Ryung) é a jogadora número 212. Condenada por fraude 5 vezes, ela é a típica mulher que tem um dedo podre para escolher seus amores, aliados e rumos na vida, ou seja, é péssima para tomar decisões. E, por este motivo, tem uma vida repleta de fracassos e trapaças. Chega a se “vender” por migalhas e, por vezes, se humilhando para conseguir o que quer. É uma coitada, na verdade. Tem uma aura de mulher forte, mas é totalmente dependente. Ela é mãe solteira, cheia de dívidas, e sequer registrou o bebê, porque não escolheu um nome. O número 212 está ligado a adaptabilidades e à ambição, liderança e ação. E, de fato, ela se adapta a qualquer situação. Até as mais absurdas e impensáveis!
Ill Nam (Oh Young Soo) é o jogador 001. É o competidor mais velho. Ele tem um tumor na cabeça e sabe que é terminal. Para completar, apresenta um leve grau de demência em alguns momentos, fazendo com que tenhamos angústia e dó. Logo, não tem nada a perder! Ele é um jogador intrigante e fofo ao mesmo tempo. – E até agora eu me recuso a crer que chorei o tanto que chorei, por ele. – O número 1 refere-se a quem cria suas realidades com seus pensamentos, crenças e ações e incentiva os outros a saírem da sua zona de conforto. Este jogador surpreende em vários sentidos!
Não menos importante, temos o Front-Man. Que é quem lidera a porra toda, mas é subordinado de uma figura anônima que só vamos conhecer no final da trama. Claro que há outros jogadores com histórias tão bem elaboradas e números condizentes às suas situações, mas quero me focar, agora, nos jogos escolhidos nas competições, para que tenham uma imersão melhor e mais detalhada na história desta resenha. Paralelamente, ainda, há a trama do policial Hwang Jun-Ho (Wi Ha-Joon) que consegue se infiltrar na arena e nos jogos, como um dos operários, para descobrir o paradeiro de seu Hyung desaparecido. Embora este seja um bom arco, pouco tem ligação com o principal, pelo menos nesta temporada. – Por este motivo é que a probabilidade de uma segunda temporada aumenta.
As brincadeiras infantis como competições sanguinárias
“O jogo era físico e violento quando eu jogava na época em que era criança. Eu estava pensando: ‘E se, como adulto, eu jogar esse jogo de novo?’ Achei que isso poderia ter um significado muito simbólico. Os jogos poderiam ser algo que eu costumava brincar quando era inocente, mas que poderia levar às consequências mais intimidantes de vida ou morte. A mistura dos dois poderia criar uma ironia muito marcante. […] Os jogos tinham que ser simples mas, ao mesmo tempo, criariam uma sensação de medo quando colocados em uma situação de vida ou morte. Não gasta muito tempo ou energia para entender as regras. É muito simples. Em vez do jogo em si, o Squid Game se concentra em como eles agem e como respondem. Normalmente, olhamos para os vencedores em jogos de sobrevivência, mas [neste drama], olhamos para os perdedores. Sem perdedores, não há vencedores.”
“Não tenho planos bem desenvolvidos para Squid Game 2. É muito cansativo, só de pensar nisso. Mas se o fizesse, certamente não o faria sozinho. Eu consideraria usar uma sala de roteiristas e gostaria de vários diretores experientes […] Não sou muito bom no trabalho em equipe”, revelou, dizendo que gosta de trabalhar sozinho e que seu método mais introspectivo o ajudou muito nos últimos anos.
– ALERTA!!! Combo de Spoiler ao clicar no Botão. –
Há, ainda, outras críticas sociais que versam sobre práticas ilegais de enriquecimento, como a venda de órgãos no mercado clandestino de uma parte dos organizadores que estão em um esquema de corrupção. Um dos líderes do concurso até comenta que o valor da igualdade se aplica inclusive a eles.
“Eu não dou a mínima se vocês vendem ou se comem os órgãos dos cadáveres. Por mim, tanto faz. Mas você estragou o elemento mais importante deste local: A igualdade. Todos são iguais enquanto estiverem no jogo. […] Você feriu este princípio.”
“Aqui dentro, nós criamos um mundo justo para os jogadores. Essas pessoas sofriam com desigualdade e discriminação lá no mundo real. E nós oferecemos uma última chance de lutarem de forma justa e vencerem. […] Estes que vocês estão vendo são as pessoas que quebraram os princípios deste mundo, em benefício próprio e que mancharam a ideologia pura que foi criada para este jogo. Todos os jogadores são considerados iguais neste lugar e devem receber as mesmas oportunidades. Não deve haver qualquer tipo de discriminação, aqui. Nós também prometemos que nenhum incidente deste tipo voltará a se repetir.”
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Show!
Excelente resenha!
Que bom que suas resenhas estão voltando.
Resenha TOP com a participação do mozão dorameiro.
Leiam, está incrível!
Mais uma resenha incrível e dessa vez do duo <3
Uma resenha mais do rica em detalhes, chega o olho brilhou 😊
Faço parte desse time que está na ansiedade por uma segunda temporada
Eitaaa atrás de eitaaa!!!! Mais uma resenha instigante que vai me lançar diretamente ao Netflix pra assistir esse dorama. Curiosidade aqui tá a milhãooooo.
Ficou caprichada hein, nem foi uma resenha é uma conversa, com quem sabe do que está falando e mais… "tô nem lixando se vão ou não me surpreender, eu já estou me divertindo". Vc foi inspiradora!
Menina de Deus… incrível esse texto… captar as nuances mais sutis de um filme é pra quem tem a sensibilidade, conhecimento e inteligência de raciocínio… a forma como expôs nos instiga a rever com outros olhos… obrigada por essa experiência ❤️
A resenha ficou melhor que a série em si. Um bando de ricos sem ter o que fazer e matando por diversão. Os memes tbm são melhores que a série.
A primeira pergunta que fiz quando iniciei o dorama foi: Pq 456 competidores? Pq o 001 e o 456 estarem em "parceria" no decorrer do drama. Adorei!! Suas respostas para as minhas duvidas e as demais curiosidades. Esse dorama foi de uma dimensao tao grande que agora tenho parentes e amigos doidos, aguardando a temporada 2 🙊🤪. E vc!! Continue resenhando…pq eu vc sabe ADORO resenhas e ADORO a suas resenhas! Vc continua phodaa com as palavras! Aguardo vc com mais curisoidades e diversao para nós meros mortais!🙏🙏❤
Eu também fico empolgada com isso. Já estou desenhando fazer mais uma, agora de um lakorn. Espero que dê bons frutos, também. hahaha
Menina, eu nem falo nada, porque não foi só o mohzão que está convertido, mas o sogro, a sogra, o cunhado, a esposa dele.. hahaha Aliás, a esposa do cunha até do Taemin virou fã hahahahahaha
Eu tentei colocar tudo o que eu havia notado, percebido, refletido sobre a história.. Fico feliz que tenha gostado, Lores… Sua opinião, como sempre, é muito importante para mim… Embora o diretor não tenha dado muita esperança, ainda espero que mude de ideia.. hahaha
Eu espero que assista, porque não tem como dizer que não é bom. Eu jamais daria, por exemplo, nota 8. Para mim, é um 9. Só não é 10 porque se realmente parar na primeira temporada, vai ter perguntas não respondidas e isso vai ser bem chato. Mas, para quem gosta de sangue, é um prato cheio. Com uma dose de exagero, porque tinha hora que parecia um saco sendo estourado. hahaha
Oh, Rô… você sempre fazendo o comentário certo para mexer com meu coração mole, né? Foi difícil sair do hiatus que eu estava, mas me senti viva escrevendo e quando gosto de algo, parece que flui mais. Então, obrigada pelas palavras e espero continuar inspirando.. ^^
Oh, Isabel.. Caramba, muitíssimo obrigada, de verdade! Que comentário mais precioso para deixar um coração quentinho… sério! Me encheu de calorzinho no peito.
Ah, eu gostei da série, Dy… mas, de fato, acho que o final ficou meio aberto. E fico feliz que tenha gostado tanto assim da resenha! =D Muito obrigada por vir prestigiar!
Oi, Giiii… A ligação simbólica dos números 001 e 456 é perfeita! Tudo estrategicamente escolhido. Não tenho do que reclamar! Eu sempre tento trazer curiosidades para enriquecer a resenha, mas sinceramente não achei que fossem tantas e confesso que me surpreendi com várias! Esse dorama está alcançando patamares absurdos e é uma delícia ver a dimensão da visibilidades que está tomando. Um verdadeiro tapa na cara de todos que adoram falar mal das produções coreanas, sem conhecimento de causa, né?
Gi, muitíssimo obrigada por gostar tanto das minhas resenhas e pelas palavras!!! Foi acolhedora, carinhosa, sensível… mexeu com o meu coraçãozinho! =D Bjo bjo.
Resenha repleta de conteúdo relevantíssimo e muito gostosa de ler!
Bela maneira de quebrar o hiato criativo! 😉