Our Beloved Summer, ou “Nosso Eterno Verão”, é um romance que se entende do colegial à fase adulta, entre duas pessoas que não sabem dar o braço a torcer, quando o assunto é expressar seus sentimentos. Particularmente, não sou muito fã de acompanhar um drama em doses homeopáticas, esperando os episódios irem ao ar, gradativamente, mas iniciei sem querer Our Beloved Summer e cá estou, cheia de ideias para resenhar esse mais novo Kdrama, da Netflix.
Olá, meus amô! Senta, que a resenha de Our Beloved Summer está só começando… e eu tenho um montinho de coisas pra contar. Vamos à Ficha Técnica!
Gênero: Comédia | Romance | Colegial | Drama
Ano de Exibição: 2021 / 2022
Classificação Indicativa: +15
Onde Assistir: Netflix (Recomendado) ~> Dramas Fansub | Magic Dramas | Life Fansub
Sinopse: Anos depois de filmar um documentário viral no colégio, dois ex-namorados briguentos são trazidos de volta para a frente da câmera ~ e para a vida um do outro. Choi Ung (ou Choi Woong) parece ingênuo e um homem de espírito livre, mas ele quer ter alguma coisa, pela primeira vez na vida. Para isso, ele mostra o que tem em mente. Kook Yeon Soo pretendia se tornar a melhor aluna de sua escola, mas agora ela é uma adulta que vive ferozmente, adaptando-se à sua realidade. Baseado no Webtoon “Our Beloved Summer”/“Geu Hae Urineun”, escrito por Lee Naeun e Han Kyoung Chal, este drama é uma prequela do que retrata os dias de colégio do Choi Ung e da Kook Yeon Soo. (Obs.: Prequela: Descreve uma obra literária, dramática ou cinematográfica que relata acontecimentos anteriores de uma determinada obra, muitas vezes revelando os mesmos personagens quando eram mais novos).
O que esperar?
Primeiramente, gostaria de dizer que esse drama me cativou de primeira, isso porque o achei inovador. ~ Okay, pelo menos para o gênero sul-coreano. ~ Nunca pensei em uma estória que tivesse como base um reality show, envolvendo a vida de dois estudantes e, posteriormente, de dois adultos, sem que fosse num programa de TV, mas em documentário e exclusivamente sobre eles, sem que eles fossem algum tipo de celebridade. Se parar pra pensar, é algo nunca antes visto, a não ser em ‘O show de Truman‘ (1998), estrelado pelo Jim Carrey. Mas mesmo este, era um programa televisionado 24 horas por dia na trama, e sua vida inteira fora uma eterna atuação. Não é o mesmo que ocorre em Our Beloved Summer.
O curioso deste drama é a maneira com que brincam entre o passado e o presente, trazendo algumas cenas de quando eram jovens e se odiavam, ou de quando namoravam, para que possamos entender suas escolhas, alfinetadas e obstáculos no presente.
E é na relação dos dois que se encontra a graça de Our Beloved Summer, que diga-se, traz no título o que podemos esperar da estória toda. ‘Nosso eterno verão’ não dá a sensação de que nada do que aconteceu naquela época, teve verdadeiramente um fim? É no que eu decidi acreditar, enquanto eu assistia Our Beloved Summer. Durante o drama, somos apresentados às narrativas de ambos os personagens, então ora vemos o ponto de vista de Kook Yeon Soo, ora vimos o de Choi Ung. E é curioso quando há essa narrativa sob as perspectivas de cada um, sobre o mesmo momento, porque podemos imergir totalmente na construção dos personagens. ~ E vocês sabem, eu amo isso!
O enredo
Inicialmente, a gravação começa retratando a realidade entre a melhor e o pior aluno do colégio, que precisam sentar lado-a-lado na sala de aula. O produtor é amigo de um dos professores, que explica que a participação deles, no documentário, será paga. Ela, aparentemente por conta da grana e por algum outro motivo oculto, acaba aceitando integrar o documentário, mostra-se hiperfocada nos estudos e nas leituras, e incomodada com o deboísmo de Choi Ung. Ele é um garoto totalmente despreocupado com as notas e com as disciplinas, mas também um ávido leitor, o que inicialmente chama a atenção dela, a então arrogante, Kook Yeon Soo, pois ao saber que ele ocupava o 267º lugar no colégio, não compreende como o pior aluno poderia estar na frente dela, na classificação de “Ávidos Leitores de Abril”.
Os dois não se suportam, a priori, e sempre procuram um jeito de alfinetar o outro. Mas, ao gravar o último episódio do documentário, que durou um mês, eles percebem que estão apaixonados e, então, iniciam um namoro. A partir daí, vemos, o relacionamento dos dois sendo contado em primeira pessoa, sob a ótica de suas visões e, portanto, suas versões da mesma história, sempre voltando ao passado. E então, a gente começa a perceber os pontos que cada um aponta para o fim do relacionamento. Para Kook Yeon Soo, ele nunca disse, abertamente, que a ama. Para Choi Ung, ela se importava mais consigo mesma, do que com ele.
O que, particularmente, achei hiper fofo é que ele reconhece que aprendeu a gostar dela, quando via que ela mostrava a sua melhor versão somente para ele. E, cara, se ele tivesse dito isso para ela, não precisaria sequer de um ‘Saranghae‘. A questão é que as pessoas amam de jeitos diferentes e ambos têm uma hisstória de vida que também molda suas personalidades. Ela precisava ouvir, ele achava que demonstrar era o suficiente. O drama traz a reflexão em cima da falta de comunicação entre duas pessoas, vistas como imaturas. O namoro dura 5 anos e depois de outros 5 separados, eles finalmente se reencontram.
O curioso deste reencontro, é que, agora adultos, Kook Yeon Soo é considerada medíocre pelo chefe da empresa RUN. Encurralada, ela promete contratar um grande artista para o marketing de um projeto arquitetônico, mostrando que tem ambição e uma vantagem implacável. O óbvio acontece. Choi Ung, que gostava de fazer desenhos com edifícios específicos como modelos, ganhou reputação como um artista de sucesso, sob o pseudônimo, Ko-o, fato que esconde, inclusive dos pais.
Neste reencontro, podemos perceber que algumas mágoas ainda estão vivas neles, por mais que ela não admita e ele deixe bem claro que desconhece a real razão do término. Nenhum dos dois está disposto a dar o braço a torcer. Eis que o documentário sobre suas vidas voltou a se tornar viral, então logo surge a ideia de gravarem mais uma temporada, 10 anos depois. De forma a ser pirracento, sabendo que Yeon Soo odiaria, ele acaba aceitando não só participar das gravações, mesmo a contragosto, como também do projeto de marketing de sua ex. Acontece que o seu arquiteto favorito foi quem desenhou um dos prédios da Soen Shop, para quem a empresa de marketing está pretendendo trabalhar.
A personalidade deles não é das melhores, é fato, mas a impressão que dá é que os opostos, realmente procuram se atrair e sempre buscam um jeito de fazer dar certo, o que pode ser possível, desde que aprendam a se comunicar melhor e estejam dispostos a saírem de suas zonas de conforto. E não só se comunicar, mas aprender com o outro. Ambos possuem qualidades e defeitos demais, mas precisam encontrar um equilíbrio, seja em abaixar a guarda, seja em buscar mudança. Por isso, amo a relação deles! Bem como a doa amigos Ung.
Outros personagens
Como não poderia deixar de existir, ainda temos um triângulo amoroso, ~ ando um tanto saturada disso ~ envolvendo uma celebridade e algumas intrigas no setor profissional, envolvendo o Choi Ung e um artista rival Nu Ah, que o acusa de plágio; seu melhor amigo, Kim Ji-Ung e seu também empresário, Koo Eun Ho.
Noh Jung Ui interpreta a ídola NJ, que é linda, rica e talentosa. No entanto, quando ela nota que está saindo dos holofotes da fama, da órbita do sucesso, começa a se preparar para viver sua vida real. Ela sente-se confortável com o documentário de Choi Ung (Choi Woo Shik), por quem ela também passa a ter sentimentos. Enquanto parece à vontade com o que tem ao seu redor, ela simultaneamente parece vazia por dentro. Com seu estilo de vida desgastante, ela começa a mudar depois de conhecer Choi Ung. E não hesita em momento algum, quando é procurada por ele, vivendo colada ao seu celular, em busca de qualquer sinal dele. Penso que tenha sido uma forma da Coreia trabalhar um pouco, a questão da importância de um idol também ter uma vida pessoal e de serem donos dela. Gostei da abordagem, visto pela quantidade de idols que optam pelo suicídio, ‘sem razão aparente’, no país.
Kim Sung Cheol interpreta Kim Ji Ung, um diretor de documentários e melhor amigo de longa data de Choi Ung. Como alguém que tem sido excepcionalmente solitário, desde jovem, Kim Ji Ung acha que seu trabalho, assistindo a vida se desenrolar por trás das câmeras, é semelhante à sua própria vida. Ele conhece Choi Ung e kook Yeon Soo (Kim Da Mi) há mais tempo do que ninguém e passa por uma transformação enquanto filma o documentário de reunião.
Nos últimos 10 anos, Kim Ji Ung tem sido um observador consistente. Uma das fotos de Kim Ji Ung mostra o personagem em seu primeiro dia de escola. Confuso e não familiarizado com o ambiente, ele olha ao redor atentamente, deixando os espectadores curiosos sobre o que chama sua atenção. Ao observar os dois personagens principais, ele acaba refletindo sobre sua própria história.
Curiosidades
E, como sempre falo por aqui, tudo são detalhes nas obras asiáticas e nada pode passar batido. Então, fui procurar o significado do número 267 e me surpreendi ao ver que já havia sido levemente explicado durante Our Beloved Summer, de maneira bem sutil. Deixem-me refrescar a memória:
~ Naquela época, quando você ficava sempre desenhando, eu achava que não queria estudar.
~ Ei, cada um tem o seu dom. E você insistia para eu estudar todos os dias.
É exatamente isso. O significado do número 267 diz para você progredir no seu próprio ritmo e no seu tempo, sem se comparar com os outros porque eles estão, geralmente, travando uma batalha diferente. Traz a reflexão de que você precisa agir com cautela em todos os âmbitos de sua vida, para alcançar os seus objetivos, pois alguns sonhos levam tempo, mas isso não significa que você precise desistir deles completamente. No amor, diz respeito ao fato de que você deve ser um bom provedor para quem você gosta. E esses três distintos significados se encaixam, perfeitamente, à personagem do nosso Choi Ung, que, embora nutrisse sentimentos pela Kook Yeon Soo, não conseguia ser claro quanto às suas emoções e, principalmente à vida que passou a levar, sendo um desenhista famoso e brilhante, ainda que mantendo o anonimato.
Quanto à fotografia, deram um toque veraneio, utilizando cores quentes e tons de verde. A OST fica por conta do Kim Taehyung, o V, do BTS. Outra proposta bem interessante do drama é o fato de trazerem os nomes dos episódios vinculados e parodiados aos nomes de filmes conhecidos, como ‘Eu sei o que vocês fizeram no Verão Passado’ (epi. 1), ’10 coisas que eu odeio em você’ (epi. 3), ‘Orgulho e Preconceito’ (epi. 6) e ‘Prenda-me se for capaz’ (epi. 7), além de outros mais voltados a Filmografia Coreana. Vale a pena esperar cada episódio, buscando interpretar o sentido do título escolhido!
Por fim, Our Beloved Summer também será publicado sob os nomes “Us That Year”, “That Year We Are”, “That Year Our”, ou ‘Aquele nosso Ano’, em tradução livre e ‘Nosso Amado Verão’, como também já foi publicado. Aposto que não esperava por todas essas!
Onde Assistir?
E é assim que encerro a resenha de hoje, para deixar a epifania fluir e com isso eu poder receber alguns comentários por aqui. ~ Risos. ~ Por isso, vou já indicando possíveis locais para assistir Our Beloved Summer, sempre lembrando para darem preferência às Plataformas Oficiais. As legendas nem sempre respeitam a cultura asiática, mas pelo menos elas detém os direitos de imagem do drama e não só das traduções.
E aí, o que achou dessa resenha, da curiosidade trazida, das minhas reflexões e de Our Beloved Summer? Deixe sua opinião nos comentários abaixo e volte sempre!
EU AMO DORAMAS | Seu Portal BR de Cultura Asiática
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Eu amei esse dorama! Chorei com a história do Choi Ung, quando pequeno, e da Kook Yeon Soo…
Mas, mesmo tentando, não entendi a relação da mãe do Kim Ji Ung e ele. Okay, imaginei que tenha sido depressão pós-parto, mas não se explicaria se estender por tantos anos. E não entendi, mesmo, qual a lógica de ter um filho e não o colocá-lo para a adoção.. preferir que ele tivesse a vida de merda que ele teve, ao invés de doar para a família do Ung, de vez?
Mas, de todo o resto.. deve ser interessante seguir a vida de duas pessoas, assim, na infância, na fase adulta e no ‘felizes para sempre’… invasivo, mas nesse caso, interessante!
Ai cara eu amo esse dorama e a ost do bts é maralhivosa… amei o casal e todos os outros personagens, só não achei a justificativa da mãe do outro Ung suficiente tbm… tava doente.. ué, fodase… botou filho no mundo, cria.
Eu ameiiiii esse dorama!! Me encantei pelos personagens, pela ost, pelas peculiaridades e as versões pela ótica de cada um. Foi sensacional! Antes não tinha paciência para esperar episódios, hj minha vida é esperar 🤪🙈🤣🤣. Netflix investindo e a Coreia arrasando nos doramas! E nos continuamos aqui, amando Doramas! E eu continuo fã das suas resenhas! Que venham mais!🥰😘👏👏
“A questão é que as pessoas amam de jeitos diferentes e sua história de vida molda suas personalidades”. Rackys fazendo resenha de Dorama e dando a dica de ouro para qualquer relacionamento amoroso em uma tacada só!
Procurei por uma resenha que transmitesse o que eu senti ao assitir e com uma riqueza de detalhes sobre a série e seus desenrolar.
Amei assitir a série apesar de algumas vezes dá uma agonia por eles não se expressarem e acabarem com os mal entendidos. O que prende realmente é esse flashback de explicar o motivo de eles serem do jeito que são e como eles são sofridos por sofreram sozinhos.
Da vontade de viver um amor de escola ou verão,mas não tão complicado.
Dá, mesmo… Terminei o kdrama com gostinho de quero mais. Quem sabe um especial com os vídeos da nova temporada do documentário pra gente ver o casamento? Seria daora!!!
E fiquei curiosa… Procurou uma resenha que transmitisse o que sentiu a assistiu, e achou nessa aqui? 👉🏻👈🏻🤭