The Glory (ou como é conhecido na Netflix, A Lição) é um kdrama muito bem estruturado e dono de uma história de vingança digna de recomendação e daquelas que você torce para ver acontecer. Como dizem, se é dorama de vingança que você quer, é dorama de vingança que você vai ter. No mesmo estilo de “Doce Vingança”, o thriller The Glory traz elementos de um drama cuja a vingança é o tema principal. No entanto, digno de um verdadeiro kdrama, busca elementos que tecem crítica à sociedade coreana, sobretudo ao bullying que vários jovens sofrem nas escolas do país, bem como a influência do dinheiro e do poder. Ficou interessado(a) dorameiro(a)? Então, se prepare para ficar mais ainda!
Gênero: Drama | Thriller | Vingança
Ano: 2022/2023
Classificação Indicativa: +18
Sinopse: Após uma infância marcada pela dor e violência, uma mulher põe em prática um elaborado plano de vingança.
O que esperar?
Sendo assim, caso tenha optado por continuar, deixo como aviso que o bullying sofrido pela protagonista Moon Dong-Eun é pesado e envolve agressões físicas, assédios e muitas outras questões perturbadoras. Entretanto, servem para expor criticamente a sociedade sul-coreana, nas questões mais delicadas que o país enfrenta. Por exemplo, o bullying estudantil, o índice de suicídio e a corrupção, que expõe, nitidamente, o poder do dinheiro e do status.
Não é de hoje que a Coreia do Sul vem investindo em temáticas delicadas para trabalhar algo que precisa mudar na sua identidade nacional. Inclusive, sempre elogiei a forma como fazem isso, sem parecer que estão enfiando informações e julgamentos goela abaixo. Acredito que nos envolver na história para que tenhamos o mesmo julgamento a respeito do assunto, é uma maneira muito mais certeira de se chegar na raiz do problema, do que colocando frases de efeito de simples compreensão, que não mudam a opinião de ninguém que precise, verdadeiramente, criar empatia por alguém para mudar suas atitudes. Neste ponto, penso que são mais acertivos em seus posicionamentos e exposições, do que outros países, como o nosso. Ou seja, é inevitável não fazer este tipo de reflexão durante The Glory.
Além disso, não posso deixar de citar a atuação de todos(as), em The Glory. Estão, simplesmente, entregando TUDO. E falo sério! Um dos poucos doramas que vi onde todos têm tudo a oferecer, em questões de atuação. Um senhor elenco!
O enredo
Ao mesmo tempo em que torcemos para a protagonista realizar a sua vingança, nos vemos nos perguntando até onde é correto chegar e qual o limite da legítima defesa? Se é que podemos chamar assim, considerando que a vingança de Moon Dong-Eun ocorre na fase adulta. Mas, uma coisa é certa, seja em qual país for, o dinheiro e o poder protegem pessoas das mais variadas, principalmente as com culpa no cartório.
Este é, justamente, o caso dos agressores de Dong-Eun (Jung Ji-so). Estou falando de Park Yeon-Jin (Lim Ji-yeon), Choi Hye-Jeong (Cha Joo-Young), Jeon Jae-Joon (Park Sung-Hoon), Son Myeong-Oh (Kim Gun-Woo) e Lee Sa-Ra (Kim Hieora). Não teria como fazer essa resenha, sem citá-los, mas falo especificamente deles, logo mais.
Dong-Eun não foi a única vítima de suas crueldades. Após ter denunciado inúmeras vezes as agressões que sofria, às autoridades (in)competentes, Dong-Eun ainda descobriu que sua mãe a desmentiu em troca de dinheiro para bancar o seu vício em álcool. A vida da protagonista é sofrível e ela carece de amizades na infância.
No entanto, é depois disso que um assassinato, transvestido de suicídio, faz com que ela tome a sede pela vingança e começa a criar suas estratégias que ditarão o rumo da sua nova fase de vida. Eis que, adulta, ela contrata Kang Hyeon-Nam (Yeom Hye-Ran) para ajudá-la em sua vingança. Hyeon-Nam sofre violência doméstica de seu marido e pretende matá-lo, para salvar sua filha das garras dele.
É por este motivo, aceita ser sua espiã, em troca de um plano de vingança contra seu marido. A relação das duas é de cumplicidade e ambas entendem que não podem ser amigas. É um tanto triste, mas compreensível, pois poderia fazer tudo a perder.
Confesso que a história delas mexeu um pouco comigo. Foi de uma sensibilidade ímpar…
Os personagens
A relação entre os cinco amigos é tão tóxica, quanto parece. Yeon-Jin é a mais cruel de todos e quem lidera o grupo, casou-se com um homem poderoso e é uma famosa meteorologista de uma emissora de TV, seguida por Jae-Joon, um cara daltônico que, aparentemente, precisa atacar para não se sentir inferior a ninguém. Ao lado de Sa-Ra, filha rebelde e artista de um pastor, viciada em drogas ilícitas, Hye-Jeong, atual comissária de bordo que quer se casar com um cara rico, por ser fruto de uma família operária que deu certo e Myeong-Oh, o fiel lacaio e escudeiro de Jae Joon, formam um grupo de agressores juvenis. De certa forma, na fase adulta, enquanto seus interesses coadunam, são inseparáveis. No entanto, durante o ‘salve-se quem puder’, podemos ver que é cada um por si.
Joo Yeo-Jeong (Lee Do-Hyun), por sua vez, é um médico cirurgião plástico, filho dos donos de um hospital famoso. Apaixonado pela Dong-Eun, Do-Hyun decide ser seu capataz e ajudar na vingaça. Sem ele, Dong-Eun talvez tivesse entrado em algumas ciladas perigosas. O gostoso dessa relação, é que ela se constrói aos poucos e, realmente, é repleta de medos e anseios, dado ao passado da nossa prota. O passado de Do-Hyun também é tenebroso e só é desvendado mais para o fim da história. ~ Até lá, temos algumas desconfianças que, sinceramente, me fizeram até questionar se ele seria um psicopata.
Minhas Impressões
Sabe aquela história bem trabalhada que te mantém preso(a) e é capaz de despertar até em você uma sede de vingança? Então, isso é The Glory. Não só dá pra ter raiva de todos os agressores, como você não vê a hora de, um a um, se ferrar. ~ Agora entendem por que citei ‘Doce Vingança’ lá em cima? ~ Por este motivo e vendo tantos maus-tratos e violência gratuita, que a minha única reação foi querer que cada um se ferrasse do jeitinho que se ferraram.
Dessa forma, trabalhando com recortes e flashbacks, intercalando entre passado e presente, senti tocarem em assuntos delicados, como o bullying escolar, a violência doméstica, o suicídio, a vingança, não de forma romantizada e impossível, mas frio e cruel, tal qual é. E, francamente, me conquistou bastante!
Gostei, também, de terem puxado o assunto do daltonismo e da questão hereditária, por ser professora. Entendo isso como uma forma de pincelar, inclusive, a falta de recursos materiais e humanos para trabalhar com crianças com tais condições especiais de aprendizagem. Puxei para mim, claro!
Conclusão
Para concluir, embora todo o enredo valha a pena e seja super importante, criticamente falando, a única coisa que achei que passou voando foi a história da vingança do Yeo-Jeong. Neste sentido, acredito que poderiam ter usado um episódio a mais para ela. Estava bem envolvente o desenvolvimento, até fiquei esperando mais detalhes!
Contudo, de resto, recomendo cada episódio, por mais difícil e cruéis que tenham sido, cada revolta, cada vibração. The Glory é um kdrama de tirar o chapéu. A propósito, nunca ouvi tanto a palavra necrotério na minha vida! ~ Falei e saí correndo.
Mas, e aí? Assistiu A Lição? Concorda comigo? Tem alguma consideração a fazer? Adorarei conversar sobre! ~ Quem sabe num podcast?
Obs.: Quer entender o final de The Glory? Abra o Spoiler:
OBS: Este kdrama foi lançado em 2 partes. Os links de Onde Assistir foram selecionados tendo como base as fansubs onde poder achar as 2 partes na mesma página ou facilmente.
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Que elenco!! Estupendo! Dorama que te prende o início ao fim. Com um pouco de tudo, na medida certa, sem perder o encanto e o fio da meada. Com assuntos delicados, mas tratado de uma forma que nos prende, nos indigna e nos faz parar pra pensar! Senti dores com os atores, chorei sorri e finalmente me vinguei tbm haha. Não sou vingativa, mas uma hora queremos que o maus paguem pelo q fazem. Excelente Dorama! Assino embaixo com a nossa maravilhosa Rackys!! Continua com a sua escrita que nos faz até querer assisitir novamente! Amo seu jeitinho de transmitir a sua visão dos Doramas! 👏🏻👏🏻👏🏻🥰❤️