Tô lisonjeada que essa obra tenha se inspirado em algo que eu tenha feito! Quando me disse que “Me inspirei no seu”, se referindo ao meu texto na Review de “The Story of Light ~Epilogue”, meu coração se aqueceu, e eu chorei… Verdadeiramente tocada por isso!
Sem querer parecer piegas, mas isso me fez sentir importante, especial, única de uma forma diferente… justamente por admirarem tanto algo que fiz, a ponto de servir de inspiração a alguém, ainda mais quando essa inspiração resulta num trabalho tão lindo como esse! É uma sensação única! E digo mais: É lisonjeio porque não é um elogio pelo que sou de fora pra dentro, mas pelo que sou de dentro pra fora. É lisonjeio porque, acompanhando o SHINee, eu pude sentir o que eles sentiam, e senti junto com eles por ser shawol. Foram eles quem me inspiraram a desenvolver aquela Review, eles quem me ensinaram a superar as dores e a botar tudo numa caixinha de inspiração, somar com meus sentimentos e pensamentos, e jogar pro mundo… em forma de escrita. – Coisa que eu não conseguia fazer há muito tempo!
E, em pensar que essa minha review se conectou aos seus sentimentos e sensações com o álbum do Key, e juntos com a sua habilidade de escolher tão bem as palavras, criou isso… Nossa! Nem sei como explicar o quanto eu tô emocionada, o quanto tô soft, impactada e com aquela vontade de ouvir Key até não aguentar mais (o que é impossível, porque quem ama SHINee, ama cada membro do grupo, ama cada conquista e vitória deles. Ama o simples fato de ter nascido na mesma época em que eles! “Não aguentar mais” não faz parte do nosso vocabulário, porque o SHINee preenche todos as páginas!)
Você é uma fofa! E conseguiu passar, o que nem mesmo eu consegui, com maestria e numa puta perfeição! – (Mesmo não se dizendo, sequer, shawol. – Coisa que discordo!) – E, por concordar com todo o resto – absolutamente todo ele – e OBRIGADA POR PERMITIR COMPARTILHAR ESTA REVIEW POR AQUI – eis, com os devidos créditos:
- Disclaimer: Este texto é uma tentativa de passar em palavras o que essa obra, no caso álbum, afetou minha vida, e como ela pode afetar a sua. Já adianto que não possuo referências literárias para falar de música, nem sou antiga ou expert nesse mundo de kpop, porém, falo com o coração de quem curte música mesmo, de quem não tem medo de ser puxa-saco, ter 60 anos e admirar sucessos teens de 18 anos – o importante é a validade da música. Resumindo, esse texto é para eternos amadores de músicas, os quais escutam a mesma playlist como se fosse a primeira vez, não tem medo rótulos e estão sempre dispostos a entrar em novos meios musicais.
Primeiramente, gostaria de dizer que esse álbum foi realizado 10 anos após Kim Ki Bum, conhecido pelo nome artístico de KEY – ou somente Key, mas acho que ele faz jus ao uso do caps lock – estreou em um dos grupos mais antigos e populares do Kpop, o SHINee. Confesso que estava ansiosa para a essa estréia, afinal o Key tem um jeito particular que mistura sua própria personalidade com o estilo dos demais integrantes do grupo. Sempre foi considerado o mais excêntrico, assim como o Taemin, porém reservado; gênio e sensível como Jonghyun e Onew, entretanto menos passional que o primeiro, e ativo que o segundo; por fim, alegre como Minho, só que mais condensado, pontual.
No dia 19 de Outubro de 2018, na sua conta no Instagram, Key havia lançado: “Não percam o desfile da CHARM’S, apenas não percam!”, um dia antes do evento. Key surpreendeu os espectadores e fãs com a sua primeira apresentação como artista solo durante o desfile de primavera/verão CHARM’S 2019, na Seul Fashion Week, cantando e performando Chemicals. Uma batida eletro com um vocal impactante e uma letra de tirar o fôlego!
FOREVER YOURS
O segundo quadro está escrito “Moon Walker”, além de deduzir que se refere à experiência da viagem espacial e caminhar na lua – podendo muito bem representar o feminino, as emoções, à noite (novamente) e etc – e acima de tudo, ser um expert em caminhar na mesma (conhecer suas emoções? saber lidar com elas? Quem sabe!?), traz como referência o famoso passo de dança de popping, do Michael Jackson, (aquele que ele desliza para trás, passo-a-passo, parecendo estar caminhando para frente) e, também, o nome do filme do Michael, em 1988, que conta a história de Mr. Big, um poderoso traficante de drogas que oferece um grande perigo às crianças. Para defendê-las surge Michael na pele de um herói extraterrestre com poderes mágicos. A referência, aqui, é que o Key tem esse instinto de proteção com crianças, tanto que dias antes de se alistar no Exército Coreano, prestes a lançar I Wanna Be, ele visitou um Hospital de crianças com câncer e em situação de carência extrema e fez uma doação de 10 milhões de Wons (o equivalente a 9 mil dólares).
O terceiro quadro escrito “Le Ballon Rouge” é referência direta ao filme francês de 1956, de 32 minutos de duração, cujo se encaixa perfeitamente no contexto, pois, no final, ocorre uma viagem aérea e a oportunidade de ter visão ampla, de ser apresentado a um novo ponto de vista (poderia falar mais, mas recomendo assistir o filme, vale a pena!)
Por último, no quarto quadro está escrita a expressão “I’m on cloud nine” utilizada quando a pessoa está em um estado extremo felicidade e paz (a origem da expressão pode ter surgido de uma denominação climática, ou do budismo e… não pretendo entrar em mais detalhes, aqui), e ainda, possuem a imagem de um carro, muito similar ao presente no MV. – Nesse momento você deve estar se perguntando se eu vou escrever parágrafos enormes para explicar menos de um minuto de videoclipe (44 segundos, precisamente). Bem, não, e sinceramente eu não preciso; e você vai entender o porquê. Ah, e eu tentei achar uma referência para a placa do carro (BAA 829, Colorado), entretanto, falhei nessa aí!
Consumido pelo sentimento de ecstasy, Key dá uma ajeitada no seu carro, e se prepara para ir atrás do seu novo amor (vamos usar esse conceito, sim), ou melhor, indo para dentro de um novo mundo cheio de possibilidades. Ao ligar o carro, mesmo que desajeitado, o carro sai voando (ao infinito e além) até entrar no espaço sideral. A viagem começa bem e tudo parece novidade. Mas, em muitos momentos, percebemos o Key perder o controle do seu veículo, a mercê do que poderia acontecer e aonde iria parar. Em determinado ponto, seu carro aterrissa em um local similar a um ferro-velho, onde há carcaças de automóveis, com apenas uma placa sinalizada, já destruída, escrito “One Way”. Ao pisar na superfície, imediatamente o chão começa a rachar e por mais que procure algo que o ajudasse, Key acaba caindo no meio daquele universo.
O clipe mistura elementos contraditórios na mesma cena, como elementos naturais com configurações de computação; estilos cinematográficos, populares em vídeos musicais e filmes dos anos 80, com efeitos de computação moderna; figurino com cores altamente vibrantes dentro de um universo escuro (ou a própria noite, como cita a letra em vários momentos). E, no final, Key acaba parando em um lugar, aparentemente deserto, ou melhor: inexplorado.
Se você coordenar toda a sequência de cenas com a letra, fica ainda mais fácil e gostoso de aproveitar, afinal posso resumi-la em três frases: “Você parece indiferente a tudo”, “Todos os dias eu encontro um novo você” e “Meu coração, para sempre seu”. E a música, por sinal, gruda de uma forma rápida na cabeça – todavia, ela tem sua permissão – deixando seu coração mais suave e alegre. As poucos, você vai se consumindo por um sentimento agradável, levemente agitado e constante. – Depois de escutar algumas vezes, eu estava louca para pedir uma carona, morrendo de vontade de me apaixonar novamente, vivenciar essa mistura de paixão, amor e desejo em sua forma mais pura, a qual o Key entrega pra nós de forma tão afável (e tenho certeza que você não vai notar até estar sendo completamente consumido por ela).
Vale lembrar duas coisas:
1) Forever Yours é um convite. Agora, aceitar ou não, é de sua responsabilidade – só não reclame que não tem nada de legal para escutar, por favor.
2) Forever Yours é apenas a 4° de 10 músicas de FACE. Ou seja, temos três músicas antes e mais seis depois.
Junto com o lançamento do álbum, saiu o MV da 1° música, One Of Those Nights, com a participação do cantor Crush. Precisei assistir umas seis vezes para finalmente entender o que estava acontecendo. QUE MUSIC VIDEO É ESSE?! Não tem palavras para descrevê-lo – não, não temos –, mas conseguimos alguma coisa, claro – uma música EXCELENTE consegue tudo!
Lembra quando comentei que faltava algo a mais em Forever Yours? Que era apenas um aquecimento? Pois então, aqui podemos entender perfeitamente. Diferente do primeiro, não há referências ou aquela coisinha ali, querendo dizer algo a mais. O clipe em si é muito claro, todavia detalhista. Por isso, assista umas três vezes pelo menos. Dica preciosa para você não perder esse ouro reluzente.
ONE OF THOSE NIGHTS
“Estou pensando em fazer alguma coisa hoje a noite, ou ficar um pouco louco”.
“A noite se aprofunda, não há lugar para ir com meu coração”.
“Não posso mais aguentar este sentimento. Não posso mais aguentar esta noite”.
– Na verdade, existem muitos elementos repetidos: noites sem dormir, amor, intensidade, sentimentos dos quais não conseguimos lidar (…); a única diferença é que um retrata o início e o outro o término; A ironia: os MVs vieram nessa ordem, porém no álbum a ordem é contrária.
Nesse ponto, começamos a entender porque o álbum se chama FACE. De acordo com o próprio Key, a ideia de enfrentar as situações era algo que insistia em seus pensamentos. Quem acompanhou o SHINee sabe as mudanças notáveis e amadurecimento do mesmo, desde o comeback do grupo, em 28 de maio de 2018, com o single Good Evening, no primeiro mini álbum de uma trilogia chamada The Story Of The Light: Epilogue, mais detalhes você pode ler neste artigo, aqui do site mesmo.
A 2° música, Good Good trás um ritmo bem anos 80, com uma certa carga de sensualidade, um tanto ansiosa, até mesmo desesperada; todavia, há uma variação entre vocais ‘calmos e suaves’ e ‘rápidos e intensos’. Na verdade, se unida à letra, a intenção desta faixa é transmitir aquele sentimento gostoso de um bom flerte. Aquela música de quando você, finalmente, encontra alguém que te atrai, não só fisicamente, mas também energeticamente.
Seguida por Honest, com uma pegada muito mais eletrônica e vibrante, lembrando muito hit de verão, ainda com uma pegada sensual, na qual o Key pede desesperadamente para conhecer a pessoa com quem ele está dividindo esse momento; é como se o flerte inicial de Good Good tivesse dado uma ‘esfriada’ e parece que não vai a lugar nenhum, se alguém não tiver uma atitude mais decisiva, mais honesta.
Como já discutimos Forever Yours, vamos para faixa 5, Imagine, cantada completamente em inglês. – E que inglês mais gostoso de ouvir, esse do Key! – Desde o início, eu sinto como se eu tivesse sido teletransportada para algum lugar no espaço, onde tudo pode acontecer; as palavras imagine e magic dançam, fazendo parte de uma letra sobre a magia de um novo começo. Sinceramente, é uma música que merece muito ser escutada, principalmente após Forever Yours.
“As páginas que você não pôde finalizar, eu as escreverei. Preencherei todas as pinturas vazias. Reacender a luz da vela extinta em minha memória. Recordarei”.
É impossível não lembrar do Jonghyun nesse momento. Key deixou diversas marcas sobre o acontecido nas demais músicas, no entanto, essa é a carta, aberta e definitiva. ‘I will live for you, for us’. – E nada mais a acrescentar.
Chegamos então em Easy To Love, a 8°. Vimos o Key buscando conhecer e se conectar com uma pessoa. Mas, como será se conectar com ele? As batidas leves dando uma sensação de conforto e paz, e mantendo a voz em um timbre similar, Key conta que na verdade, ele não é uma pessoa fácil de se amar. Afirma ele, possuir um temperamento complicado, e acredita na existência de espinhos permanentes em volta de si. E não é só uma questão de percepção, e muito mais de conhecimento interno. Parece que essa visão que o Key tem dele mesmo, vem principalmente do exterior; do que as pessoas alegam sobre ele mesmo.
Por ter começado a carreira com 16 anos de idade, sua personalidade ainda não estava completamente formada e logo teve que lidar com a pressão social, de como um idol deveria agir e qual persona ele teria de assumir dentro do SHINee – Sim, até a personalidade é “moldada”, “produzida” para se encaixar ao que os fãs e a empresa desejam do grupo.
Portanto, o final da letra fala tanto sobre a confusão, sobre ele não saber o que fazer, e dando aquela nítida sensação de: afinal, quem eu sou? Key questiona, a todo tempo, se somente ele é assim? A dúvida surge, e ele volta a dizer que é difícil de amar. Considerado frio, um ‘gênio frio’, é uma sombra, rótulos criados desde o início de sua carreira, e que atormentam seus pensamentos até hoje. Talvez ele realmente seja assim, porém nem mesmo ele o sabe!
Respirando um pouco mais profundo, chegamos na 9° e penúltima música, The Duty of Love, escrita pelo próprio Key. Solos iniciais de guitarra elétrica, com um baixo poderoso, me deixam ansiosa, indo para um nível baixo de euforia. Essa música se mostra a mais simples de todas, entretanto, não perde nenhuma intensidade, e pela primeira vez, os protagonistas são os instrumentos musicais. Aqui, o Key fala sobre a relação amar-desejar-odiar no detalhes do dia-a-dia. Sobre escolher um prato, palavras frias, desejo forte de abraçar, de odiar estar apaixonado e rezando que esse amor dure para sempre. É, não é a toa que o nome da música é O Dever do Amor.
Gostaria de fazer algumas observações, antes de finalizar:
- 1) Apesar de querer se destacar como protagonista da sua própria obra, vemos que os figurinos, os locais, o estilo geral é muito semelhante ao The Story Of The Light: Epilogue, como se fosse um spin off. Posso estar bem enganada aqui, mas acredito que… – ok, meu coração dá uma apertada aqui – enfim, existe a possibilidade do Key querer expressar o mesmo que expressou no seu álbum póstumo: SHINee como sendo a maior parte dele, e não importa o que aconteça, ela vai continuar lá.
- 2) Key acompanhou Taemin e Jonghyun ao escolher FACE como nome do álbum, para rimar com ACE e BASE, respectivamente, além de contar com o design da capa nos mesmo padrões dos outros dois membros. Só que, aí está a diferença: tanto ACE, como BASE, são mini álbuns; FACE é um álbum completo.
- 3) Após lançar FACE, Key também lançou um single especial chamado Cold, para a STATION 3, projeto da sua gravadora, SM Entertainment, e posteriormente lançou o repackage de FACE, intitulado de I Wanna Be, com um novo single de mesmo nome, o qual possui um musicvideo e conta com a participação da cantora Jeon So-yeon, do grupo (G)I-dle. O álbum inclui também Cold e Show me. Key também fez seu debut solo no Japão, com o mini álbum Hologram. Além de ter sua própria turnê solo chamada KEYLAND.
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Difícil comentar após ler uma resenha tão detalhista e ao mesmo tempo tão visceral. Precisei parar por alguns minutos antes de começar. Parar e respirar, porque foram vários trechos que tocaram fundo na minha alma. E ainda nem escutei as músicas. Imagino se as palavras ja foram tão intensas, o que farão comigo as melodias…
Meus parabens por uma resenha tão envolvente. Irei escutar o album àvida pra descobrir que sensações ele me trará.
Ok,não sei ao certo o que dizer.
Mas sinto como se meu coração fosse explodir de tanto amor,meus olhos estão cheios d'água, amor, orgulho, admiração o imenso sentimento de estar grata.
Obrigado por terem nos dado isso, enquanto lia passei por cada faixa do álbum me permitindo a sensação de que Kim Kibum esteve ao meu lado me mostrando tudo aquilo que eu não havia visto, os detalhes que perdi em meio a euforia, detalhes esses que vocês trouxeram de forma simples mas avassaladora.
Ah se ele pudesse ler essas palavras, nosso Kim Kibum que por tantas vezes disse se achar o patinho feio, por fim se daria conta do cisne gracioso que é.
O olhar felino que diz "bonito demais para tocar, perigoso demais pra chegar perto", me veio a cabeça a simples menção de ser o visual do grupo. Convenhamos, ele é lindo até usando trapos 😧😍
Eu agradeço, com tudo o que tenho, por esse review, pela palavras doces e pelo olhar sincero e certeiro, foi como lê-lo sem precisar de dicionário, foi lindo e emocionante.
Vou guardar como se fizesse parte de mim, já que agora faz ❤️
Fico muito feliz de ler um texto tão bem escrito e empolgante,nos enche de carinho, orgulho, saudades e nostalgia pelo trabalho bem feito de 11 anos. E com certeza nos faz ficar sentadinhas aqui esperando o retorno, do nosso SHINee, que tenho certeza que será sucesso purooooo!!
Um texto bem escrito ,nos desperta a curiosidade de conhecer mais sobre aquela pessoa mencionada, e isso é muito gratificante para quem escreve acredito eu, se o intuito era esse foi sucesso total, pq terminei de ler e fui escutar as músicas e procurar todas as referências no MV 😀😀
Parabéns adorei!!
Agora que ouvi o album pela primeira vez (e pretendo ouvir outras, com certeza) posso dizer que a música que mais gostei foi One of Those Nights. Porém, a que mais me tocou, e tocou fundo, foi I Will Fight. É daquelas que vão lá dentro mesmo, e fazem cosquinhas na alma. Belíssima.