E chegou o grande dia de desmembrar It’s Okay, That’s Love! É, meus(as) amigos(as) dorameiros(as), eu sei que ele é um dorama antigo (2014). Mas, também é um dos meus xodós e eu me prometi, quando criei este site, a sempre resenhar um lançamento e um clássico, para poder mostrar todas as infinidades de doramas que temos. Este, com certeza, vai somar à sua listinha quilométrica! – Ainda mais se você for um(a) grande entusiasta de assuntos sensíveis, como a Saúde Mental, como eu.
Como de praxe, vou trazer a nossa ficha técnica, antes de adentrar à crítica. Então, fique confortável, separa a pipoca e o guaraná e vamos à resenha!
Gênero: Drama | Romance | Saúde Mental
Ano: 2014
Classificação Indicativa: +15
O que esperar?
🎶 E no meio de tanta gente, eu encontrei você. Entre tanta gente chata, sem nenhuma graça… você veio! 🎶
Sim, pode parecer presunção minha, mas fato é que este dorama, para mim na época, foi um achado. Quando eu assisti, pela primeira vez, ele se distanciou de tudo o que vinha assistindo: um monte de histórias parecidas, com personagens femininas ingênuas e muito oppa com carinha de bebê. Até que It’s Okay, That’s Love veio como um furacão e bagunçou tudo! A pegada adulta e cuidadosa com que trataram cada uma das temáticas me fascinou. Digo, fascina até hoje.
Lá em 2016, me deparei com a atriz Gong Hyo Jin, que até hoje é a minha favorita. Ela tinha acabado de lançar Jealousy Incarnate, – um dos doramas que está na minha lista para resenhar – que fala sobre Câncer de Mama nos homens. – Sim, pasmem! – Não sei se é só a atuação dela que me impressiona ou se os doramas que ela faz são mais adultos, mas é incrível como amo tudo o que ela faz! The Master’s Sun também é com ela, e sim, está na mesma lista dos clássicos a resenhar. – Okay, vai… ela tem um ponto muito a favor dela: Já ter +40 anos e um corpinho de 20. Mas, fato é que ela nunca decepciona na atuação!
Seu par romântico em It’s Okay, That’s Love, é ninguém mais que Jo In Sung, ator de A Frozen Flower. No papel de Jang Jae Yeol, ele esbanja carisma, sorrisos e dancinhas tímidas, além de uma ótima atuação, ao lado de todo o elenco desse dorama!
Nota Importante
A propósito, e antes de continuar, não concordo em comparar It’s Okay, That’s Love com It’s Okay, To not be Okay. Afinal, não é porque ambos os doramas lidam com os estigmas das doenças da mente, e começam com “It’s Okay”, que são iguais.
It’s Okay, To not be Okay, tem uma pegada de humor em boa parte da história e o drama é bem ralinho. Tirando pelo ator que encena o irmão autista, o protagonista quase não entrega em atuação, como o Jo In Sung, que é muito mais expressivo! Além disso, It’s Okay, That’s Love é dramalhão, do início ao fim e, definitivamente, soube trabalhar várias questões de saúde mental, de maneira a nos fazer pensar sobre a vida. Ainda assim, o seu núcleo de humor, para alívio cômico, não tira a tensão do drama, então é feito em boa medida. ~ o que quero dizer é que tem muita diferença!
Minhas Impressões
Como eu disse, It’s Okay, That’s Love é um dorama sensível porque fala sobre Saúde Mental. Não só por ser o trabalho da nossa Psiquiatra Ji Hae Soo, como também pelos personagens apresentarem alguns distúrbios e transtornos. O que mais me chamou atenção nesta história, foi a capacidade com que a narrativa envolve a gente na trama. Além disso, o alívio cômico é super bem-vindo, dada à densidade da história dos personagens, tanto os principais, quanto os co-adjuvantes.
Particularmente, eu amo esse dorama por conta da pegada mais adulta, mas também porque eu amo me aprofundar em histórias com sensibilidade na hora de tratar de assuntos como as Doenças da Mente. Quem me acompanha, por aqui, sabe que eu amo estudar a personalidade dos personagens, ainda que elas não sejam muito claras ou óbvias. Agora, quando envolve ‘doenças da alma’, eu vibro. ~ Tanto por isso, amo inclusive documentários sobre psicopatia, porque sempre vem a história desses monstros, mostrando os gatilhos da infância para o desenvolvimento da sociopatia. É sempre muito interessante! Minha prateleira com os livros da Ana Beatriz Barbosa não me deixam mentir! ~ Entretanto, também por conta da filosofia sul-coreana, o Confucionismo, a sensibilidade com que essas questões são desenvolvidas em It’s Okay, That’s Love são um exemplo de aprofundamento. Porque os sul-coreanos buscam a evolução do ser-humano na essência, essa preocupação com a saúde mental me deixa apaixonada. Ao meu ver, acertaram em cheio neste dorama!
O Enredo
Acredito que todo o elenco da história de It’s Okay, That’s Love, enfrente alguma condição psicológica. Isso porque penso que a ideia central do dorama era normalizar as doenças psicológicas, de modo a ajudar a combater o preconceito e o estigma criado, na sociedade, sobre elas.
Falo isso, porque no decorrer do dorama, você percebe o quanto a roteirista Noh Hee Kyung trabalhou bem os personagens e preparou os plots para uma perfeita execução. ~ Particularmente, o que mais me ganhou em It’s Okay, That’s Love foi isso! Pudera, vindo de quem escreveu “Miracle”, não haveria frustração, mesmo!
Em suma, o enredo é atraente porque todos os personagens se tornam importantes, cedo ou tarde, na história. Também, porque dentro do hospital psiquiátrico, ainda temos outras histórias miúdas e paralelas, que ajudam a cumprir a ideia central, sobre a Saúde Mental. ~ E só por isso, o dorama já merecia um 10, com honra ao mérito!
Os Diagnósticos dos Co-adjuvantes
Antes de adentrar nos transtornos e distúrbios dos protagonistas, queria dar uma ênfase ao Park Soo Kwang (Lee Kwang Soo), o colega de quarto da Ji Hae Soo. Ele sofre da síndrome de Tourette, que é um distúrbio do sistema nervoso que envolve movimentos repetitivos ou sons indesejados e incontroláveis. Como exemplo, temos o piscar repetidamente dos olhos, encolher os ombros ou deixar escapar palavras ofensivas. Park Soo Kwang apresenta vários sintomas de Tourette, como os tiques nervosos. Ele recebe tratamento constante de Jo Dong Min, com quem também divide a casa.
Soo Kwang se apaixona pela Oh So Nyeo (Lee Sung Kyung ~ a prota de Weightlifting Fairy Kim Bok Jo), uma jovem rebelde, que tem vergonha do pai ser pobre e acaba virando sua colega, na Cafeteria onde trabalha. Oh So Nyeo é diagnosticada com Transtorno de Conduta, que refere-se a um transtorno comportamental e emocional, sobretudo caracterizado por um desrespeito pelos outros, dificuldades em seguir regras e se comportar de maneira socialmente aceitável, sendo às vezes, um pouco hostil.
É claro que ambos passam por processos que os solidificam e os amadurecem, mas é gostoso acompanhar a história deles, individualmente e como casal. ~ Ah, não era para contar spoiler, não? Esse foi leve, calma!
Os Distúrbios Mentais de outros personagens
Acho até injusto colocar o Jo Dong Min como meramente “outro personagem”, mas é por uma boa causa: Não queria repetir o subtítulo. ~ Perdoem-me, mas é verdade. ~ Fato é que sua importância na história, demora a ficar evidente, uma vez que, a princípio, foca muito na amizade com Hae Soo, e em seu casamento conturbado.
Embora Dong Min não tenha nenhum diagnóstico neuropsicológico, é notável que ele tem problemas em demonstrar suas emoções mais profundas, possivelmente, por conta de traumas do passado. Ele foi casado, e seus filhos e ex-esposa moram nos EUA. No entanto, é apaixonado pela Yeong Jin, com quem teve um romance antes desse casamento. Claramente, podemos concluir que ele nunca a esqueceu.
Lee Yeong Jin é uma médica talentosíssima que não queria ter filhos, para se dedicar à carreira. E, para não estragar o seu futuro, Jo Dong Min decidiu deixá-la. Para ambos, foi a pior escolha, porque ele nunca foi feliz de verdade, nem mesmo com uma nova família e ela acabou infeliz. Aqui, creio que ela é uma pessoa com quadro de depressão, pois boa parte do tempo questiona sua vida e respira sua tristeza, constantemente. Ao que parece, se arrependendo de decisões tomadas no passado.
Ambos, nitidamente, ainda se amam e só precisam buscar um ponto de equilíbrio, numa boa e dura DR. ~ Isso você consegue perceber na primeira cena entre os dois, então, não é spoiler. Ainda é cedo para me odiar!
Os Transtornos dos Personagens Principais
Hae Soo e Jang Jae Yeol possuem transtornos mentais severos. Hae Soo, apresenta TA (Transtorno de Ansiedade Generalizada) e Transtorno de Aversão Sexual. Já Jae Yeol, de TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo) e TEPT (Transtorno de Estresse Pós-Traumático). Adentrar na mentalidade dos dois é contar spoiler, então vou focar na história do dorama, para não levar xingo.
Quando Jae Yeol decide morar em um dos quartos da casa que aluga, Hae Soo demora a acreditar que ele é o inquilino. Isso porque o primeiro contato entre os dois não foi lá muito agradável. Convidados para um Talk Show para falarem sobre mentes criminosas, o popular escritor de histórias de mistério e a psiquiatra acabam discordando e se desentendendo ao vivo. Quando a, então, namorada de Jae Yeol copia o seu trabalho e lança a história de sua autoria, antes dele, ele decide provar sua inocência. Enquanto isso, o também DJ de uma rádio, conhecido pela personalidade espinhosa, descobre que seus transtornos mentais são mais graves do que ele imaginava. E, claro, isso graças à nossa Psiquiatra predileta e também arisca.
Várias situações de embate, dignos de cão e gato, acontecem e, aos poucos, os dois vão se aproximando e se conhecendo. Aprendem a respeitar as limitações e a entender o transtorno um do outro. E, sim, meu pequeno gafanhoto, é nesse momento que você se apaixona por eles, antes mesmo deles perceberem seus sentimentos. Para mim, é por isso que esse dorama é tão apaixonante! As coisas não acontecem do nada. São gradativas.
O passado e o presente
O dorama deixa claro, contudo, que há coisas mal resolvidas no passado de ambos os personagens principais. Juntos, vamos descobrindo o que foi para baixo do tapete e o que se desencadeou no efeito bola de neve. Começamos, ainda, a entender a lógica de raciocínio que Jae Yeol usa em suas histórias, mas também a de Hae Soo, para desacreditá-lo. Quanto mais ele se entrega ao amor, mais ele deixa o passado voltar à tona. É como se seus comportamentos fossem condicionantes à sua percepção do passado, e como seu presente refletisse a criança frágil que ele, um dia, foi. Eis que seu irmão reaparece, depois de anos preso, e todos os traumas de nosso prota despertam com tudo! E aí, só assistindo para saber…
Uma das sacadas mais mestres que eu tive a honra de assistir, está neste dorama. O desdobramento entre passado, presente e futuro é, simplesmente, ímpar! E, mais uma vez, a Coreia se mostrou a frente de todos nessa jogada. Sem contar spoiler, a relação entre Jae Yeol e o Han Kang-Woo é, de longe, a mais sensível do dorama inteiro. ~ Para quem pensava que o casal principal ganhava a cena, é porque ainda não viu relação mais maravilhosa que essa.
Kang-Woo é um estudante do ensino médio, grande fã de Jae-Yeol. Ele constantemente incomoda o seu ídolo, afim de ele leia seus manuscritos, pois seu sonho é inspirado nele: se tornar um autor famoso. Kang Woo, assim como Jae Yeol, e sua mãe são frequentemente espancados por seu pai alcoólatra. De primeira, Jae Yeol tenta protegê-lo a todo custo, pois além de se compadecer da história, também possui traumas da infância. E a confiança e a proteção que ambos têm um pelo outro é única! Impossível não se emocionar!
Conclusão
Com isso, entendemos que o quanto antes buscamos ajuda psiquiátrica, mais fácil resolvemos nossos problemas da mente. Claro, há transtornos que não têm cura, mas tratamentos. Entretanto, o acompanhamento terapêutico é indispensável. A reflexão que deixo é que o quanto antes buscarmos ajuda, mais rápido conseguimos um diagnóstico e com mais eficácia são deliberadas as indicações de tratamentos. Na maioria dos casos, a resposta está no enfrentamento do trauma. Em outras, em soluções medicamentosas. De qualquer maneira, o dorama passa a informação de maneira correta e sensível, sem pender para o milagre da cura ou da falta de inteligência emocional, sobretudo a desinformação.
Por ser tão bem feito, é um dorama que merece um 10. Quiçá mais, até! Agora, gente, aqui pra nós… Com tantas atuações de peso, o que é o D.O. (EXO) atuando aqui? Não bastando ter uma voz de tirar o fôlego, o cara está absurdamente fantástico atuando neste drama! Assim, oh, APLAUDINDO EM PÉ, porque ele merece!
Importante
-
- Plataforma de Streaming
-
- Fansubs
EU AMO DORAMAS | Seu Portal BR de Matérias e Críticas sobre Produtos e Cultura Asiática
Join the discussion
O que eu mais gostei desse drama tirando a atuação do kyung (como uma verdadeira exol) é como eles construíram o final, que é absolutamente fantástico!
Nossa, o desfecho é ímpar, melhor que muito filme de terror/suspensa psicológico! Ensinou como faz e de maneira sensível! A Atuação do D.O. é um espetáculo a parte. Tá liberado ser exol, hoje! Até eu me permito.. hahahaha Valeu pelo comentário, Thao!
🔖❣️ A trilha sonora é maravilhosa, a fotografia é linda, os atores são cativantes, a gente consegue perceber uma empatia enorme entre todas as personagens/atores que participaram desse seriado. Uma família de verdade! O romance é do jeito que eu gosto, sem enrolação!
AMEI, AMEI, AMEI 🔖❣️❤️
🔖❣️❤️ “Você não vira o mais fraco porque ama mais. Você se torna o mais fraco porque não tem um coração livre. Não se preocupe com a necessidade de conseguir de volta o quanto você dá. Fique sabendo que ser capaz de amar é o suficiente para estar bem e feliz. Isso é o que significa ter um coração livre.“
Este drama é de fato muito especial!
Não importa o tempo que passe, quando alguém menciona it’s okay, That’s Love o coração perde um pouquinho do compasso!
Está entre meus preferidos. Bem no topo da minha lista
Particularmente, dos doramas com temática psicológica, pra mim é o que melhor trabalhou, com todo o cuidado e sensibilidade, sem parecer exagerado ou caricato, e mais, de forma tão dócil e rompendo, mesmo, as barreiras do preconceito e estranhamento. Amei que os dois protagonistas tinham seus traumas e também transtornos, colocou-os como nossos espelhos e me senti mais próxima deles, por isso. Acho que consegui sentir empatia, ao mesmo tempo em que senti solidariedade e amor ao próximo. Um ótimo dorama e obrigada por mais essa resenha, Raquel.
Você arrasa!
Esse Dorama é um daqueles em vemos e revemos infinitas vezes e em cada vez que assistimos no surpreendemos mais! A OST lindíssima é encantadora! Nota 10 para o Dorama e 10 pra sua resenha!😍🥰👏🏻👏🏻👏🏻😘
Chorei muito
Excelente! um dos melhores q assisti, nota 10, já assisti 3 vezes.
Tem no dramaland, tbm
Eu amo esse Dorama!!!! 😍😍👏🏻 Acho que todo mundo deveria assistir !
Muito boa eu amei ❤️😍